A PALESTINA DO SÉCULO I – PARTE 2

A SOCIEDADE JUDAICA

• CLERO
• POVO
• MULHER
• FILHO
• MATRIMÔNIO

CLERO-SUMO SACERDOTE

• É A PESSOA MAIS IMPORTANTE DA SOCIEDADE JUDAICA.
• É RESPONSÁVEL PELA LEI E PELO TEMPLO, E É O PRESIDENTE DO SINÉDRIO.
• É O ÚNICO QUE PODE ORAR E EXPIAR POR TODO O POVO, O ÚNICO QUE ENTRA, UMA VEZ POR ANO NO SANTO DOS SANTOS PARA A EXPIAÇÃO.
• SUA MORTE É CONSIDERADA COMO EXPIATÓRIA
• GOZA DE GRANDE DIGNIDADE E CONFORTÁVEL SITUAÇÃO FINANCEIRA
• O TEMPLO É UMA FONTE DE RENDA PARA ELE.

CLERO - SACERDOTES

• O SACERDÓCIO É PASSADO HEREDITARIAMENTE, DESDE QUE A ESPOSA DO SACERDOTE SEJA JUDIA E SEU FILHO NASÇA SEM DEFICIÊNCIAS.
• SÃO ENCARREGADOS DE OFERECER OS SACRIFÍCIOS DO TEMPLO E DE CONSERVAR A SUA PARTE CENTRAL.
• SÃO EM TORNO DE 7 MIL SACERDOTES, DIVIDIDOS EM 24 EQUIPES, QUE FICAM DE SERVIÇO UMA SEMANA CADA – 5 SEMANAS NO ANO.
• APENAS NAS TRÊS GRANDES FESTAS DE PEREGRINAÇÃO É QUE TODAS AS EQUIPES SERVEM AO MESMO TEMPO.
• ESSA PARTE DO CLERO É POBRE.
• SUA PARTE É FORMADA POR PARTE DOS SACRIFÍCIOS E DO DÍZIMO.
• COMO OFÍCIOS ALTERNATIVOS, EXERCEM AS PROFISSÕES DE CARPINTEIROS, TRABALHADORES DE PEDRA, COMERCIANTES E AÇOUGUEIROS.
• ALGUNS SE DEDICAM AOS ESTUDOS E SE TORNAM ESCRIBAS.

CLERO - LEVITAS

• VERDADEIROS SUBPROPRIETÁRIOS DO TEMPLO
• SÃO DIVIDIDOS EM 24 EQUIPES, COMO OS SACERDOTES, TAMBÉM SERVINDO 5 SEMANAS ANUAIS. SÃO EM NÚMERO EM TORNO DE 10 MIL.
• JAMAIS TIVERAM DIREITO À PARTE RETIRADA DOS SACRIFÍCIOS E DO DÍZIMO, QUE A LEI LHES RESERVARA (NM 18.8-32), POIS ISSO FORA CONFISCADO EM BENEFÍCIO DOS SACERDOTES.
• FORA DE SEU TEMPO DE SERVIÇO, TAMBÉM EXERCEM VÁRIOS OFÍCIOS.
• NO TEMPLO, ESTÃO DIVIDIDOS EM DOIS GRUPOS: LEVITAS MÚSICOS – ANIMAM A LITURGIA COM CANTOS E INSTRUMENTOS – E LEVITAS PORTEIROS, QUE SÃO ENCARREGADOS DA LIMPEZA DO TEMPLO (EXCETO O PÁTIO DOS SACERDOTES).

O POVO

ANCIÃOS

• FORMAM A ARISTOCRACIA LEIGA DE ISRAEL, ESTÃO EM NÚMERO REDUZIDO E SÃO BEM RICOS, GRAÇAS À POSSE DE TERRAS OU AO COMÉRCIO.
• ESTÃO LIGADOS COM O PRINCIPAL MERCADO: O TEMPLO E SEUS DIRIGENTES, OS SUMOS SACERDOTES.
• TAMBÉM ESTÃO ASSOCIADOS AO PODER ROMANO, QUE OS AGREGA ATRIBUINDO-LHES POSTOS DE CONSELHEIROS, O QUE LHES CONFERE CERTO PODER.
• APESAR DE TEREM RIQUEZAS E SEREM “OS PRIMEIROS EM DIGNIDADE”, SENTEM A FALTA DO ACESSO AO TEMPLO, RESERVADO AOS DESCENDENTES DE LEVI.
• POSSIVELMENTE OS ANCIÃOS ERAM SADUCEUS

CLASSE MÉDIA

• EM SUA MAIORIA, SÃO COMERCIANTES E ARTESÃOS.
• O GRUPO DOS ARTESÃOS É FORMADO POR PADEIROS, ALFAIATES E PERFURMISTAS.
• OS COMERCIANTES SUSTENTAM A HOTELARIA, ABASTECIMENTO, TRANSPORTE E VENDA DE MERCADORIAS NECESSÁRIAS.
• SUA PROSPERIDADE DEPENDE DO TEMPLO.
• JERUSALÉM DEVE TER UM CONSUMO ELEVADO, POIS O JUDEU É OBRIGADO, PELA LEI, A GASTAR NA CIDADE SANTA, EM REGOZIJO DIANTE DE DEUS O SEGUNDO DÍZIMO.
• ESTA SOMA DEVE SER GASTA EM ALIMENTAÇÃO, VESTES OU PERFUMES E OBJETOS DE LUXO, MASNÃO PODE SERVIR PARA OFERECER SACRIFÍCIOS.

O “POVÃO”

• PEQUENOS PROPRIETÁRIOS AGRÍCOLAS
• CONTENTAM-SE, COM FREQUÊNCIA, EM CONSUMIR SEUS PRODUTOS OU EM FAZER ALGUMA TROCA PARA OBTER O QUE LHES FALTA – O QUE EVITA AS TAXAS NOS MERCADOS.
• A JUDÉIA E A SAMARIA CONCENTRAM LAVOURAS PEQUENAS, DO TIPO FAMILIAR, ENQUANTO A GALILÉIA POSSUI OUTRAS MAIS EXTENSAS.
• OS ARTESÃOS SÃO MUITO POUCO CONHECIDOS; OS CURTIDORES SÃO TIDOS COMO OS “FEDORENTOS”, OS TECELÕES SÃO TAXADOS DE MENTIROSOS, OS PASTORES DE LADRÕES E OS MÉDICOS DE MERCENÁRIOS.
• ALGUNS SÃO OPERÁRIOS E DIARISTAS.
• ESSA CLASSE POBRE É MUITO DESPREZADA.

MISERÁVEIS

• DEVIDO A MAUS NEGÓCIOS, ACIDENTE OU DOENÇA, ALGUNS SE TORNAM INCAPAZES DE TRABALHAR
• MAIS OU MENOS EXCLUÍDOS DA COMUNIDADE TORNAM-SE MENDIGOS, LADRÕES OU ESCRAVOS.
• MENDIGOS: GERALMENTE VIVEM EM JERUSALÉM, PEDINDO ESMOLAS AOS PEREGRINOS. OS LEPROSOS TAMBÉM COMPÕEM ESSE GRUPO.
• LADRÕES: EM GERAL, ATUAM EM JERUSALÉM E NAS ESTRADAS.
• ESCRAVO JUDEU: NORMALMENTE ESTÁ NA CONDIÇÃO DE ESCRAVO, MAS PODE SE LIBERTAR. CHEGOU A ESTE PONTO POR ESTAR ENDIVIDADO OU POR TER SIDO PEGO ROUBANDO. É TRATADO COMO O FILHO MAIS VELHO DO SEU SENHOR.
• ESCRAVO PAGÃO: É PROPRIEDADE VITALÍCIA DE SEU SENHOR, E OBRIGADO A FAZER QUALQUER TIPO DE SERVIÇO.

ESCRIBAS

• POUCO NUMEROSOS, PODEM SER COLOCADOS DEPOIS DOS ANCIÃOS.
• SÃO OS ESPECIALISTAS DA LEI – EXPLICAÇÃO E ATUALIZAÇÃO.
• SÃO CONSIDERADOS OS SUCESSORES DOS PROFETAS.
• CONHECEM AS ESCRITURAS E SÃO COMPETENTES JURIDICAMENTE.
• SÃO NUMEROSOS NO SINÉDRIO.
• SÃO A PROVA DE QUE UMA PROMOÇÃO SOCIAL É POSSÍVEL
• INSISTEM NUMA RELAÇÃO INTERIOR COM DEUS E NUMA VIDA EM CONFORMIDADE COM A FÉ, MAIS QUE NO CULTO PROPRIAMENTE DITO.
• VIVEM DE OFERTAS – LEI DE GRAÇA, ENSINO DE GRAÇA

A MULHER

• COMO O ESCRAVO, A MULHER DEPENDE DO SEU SENHOR-MARIDO E TEM QUE ASSUMIR TODAS AS TAREFAS DO LAR.
• NÃO PODE APROVEITAR-SE NEM DOS RENDIMENTOS DO SEU TRABALHO, NEM DO QUE PORVENTURA ACHE.
• SÓ ESTÁ SUJEITA AOS MANDAMENTOS NEGATIVOS OU GERAIS DA LEI E NÃO AOS QUE ESTÃO LIGADOS A UM TEMPO PRECISO; CASO CONTRÁRIO NÃO TERIA COMO SE OCUPAR COM AS TAREFAS DO LAR E COM OS FILHOS.
• NÃO TEM NADA O QUE FAZER FORA DE CASA. CASO SEJA OBRIGADA A SAIR, DEVE MANTER O ANONIMATO COMPLETO, USANDO O VÉU.
• NINGUÉM DEVE LHE DIRIGIR A PALAVRA E NEM CUMPRIMENTÁ-LA.
• DIANTE DO TRIBUNAL, JAMAIS É ADMITIDA COMO TESTEMUNHA.
• NA SINAGOGA, ELA TEM O SEU LUGAR, MAS CASO NÃO HAJA NA CELEBRAÇÃO O MÍNIMO DE 10 HOMENS ACIMA DE 12 ANOS, É IMPOSSÍVEL CELEBRAR O OFÍCIO.
• DEVE ACEITAR A POLIGAMIA – QUE ERA RARA POR MOTIVOS ECONÔMICOS.
• COMO FILHA DE ISRAEL, TEM DIREITO A UM MÍNIMO VITAL E DIGNIDADE.
• NÃO PODE SER REPUDIADA DE QUALQUER MANEIRA.

O FILHO

• O FILHO É MUITO IMPORTANTE PARA O JUDEU, POIS REPRESENTA A CONTINUIDADE DO POVO E DA ALIANÇA; É CONSIDERADO UMA BENÇÃO DE DEUS.
• FAMÍLIAS NUMEROSAS SÃO ELOGIADAS (SINAL DE BENÇÃO).
• NASCEM EM CASA, COM A AJUDA DE UM PARTEIRA.
• O RECÉM NASCIDO ERA LAVADO, ESFREGADO COM SAL E ENVOLTO EM FAIXAS.
• DEPOIS, A MÃE OU O PAI LHE DAVAM O NOME.
• OITO DIAS APÓS SEU NASCIMENTO, É SUBMETIDO À CIRCUNCISÃO.
• TODO MENINO PRIMOGÊNITO PERTENCE A DEUS (EX 13.2) E DEVIA SER RESGATADO (EX 13.13).
• A MÃE DEVIA SE PURIFICAR 40 DIAS QUANDO NASCESSE UM MENINO E 80 DIAS QUANDO NASCESSE UMA MENINA.

O MATRIMÔNIO

• ANTES DE SE CASAR, O HOMEM DEVE SE DEDICAR AO TRABALHO.
• A IDADE BOA PARA SE CASAR ERA ENTRE OS 16 E OS 22 ANOS, SENDO A DE 18 ANOS A IDEAL.
• DE 12 ANOS A 12 ANOS E MEIO, A FILHA DEVERIA SER ENTREGUE PELO PAI A UM NOIVO.
• APÓS ESTE PERÍODO, ELA PODE OU NÃO ACEITAR OS PROJETOS DO PAI.
• EM GERAL, O CASAMENTO SE DÁ ENTRE FAMILIARES (EVITA A DISPERSÃO DOS BENS DA FAMÍLIA E FACILITA O CONHECIMENTO PRÉVIO DO CASAL).
• NOIVADO: ATO QUE LIGA EFETIVAMENTE OS FUTUROS ESPOSOS E SUAS FAMÍLIAS, GRAÇAS AO CONTRATO DE MATRIMÔNIO (ESTIPULA COMO SERÃO DIVIDIDAS AS DESPESAS DA FESTA DO MATRIMÔNIO, O QUE O NOIVO PAGARÁ AO PAI DA MOÇA (PREÇO DA NOIVA), O QUE EVENTUALMENTE A MOÇA POSSUI COMO BENS PRÓPRIOS, O DOTE QUE O PAI PAGA POR SUA FILHA, O PENHOR DO CASAMENTO.
• ESSE NOIVADO NÃO ALTERA NADA NA VIDA CONCRETA DOS DOIS – CONTINUAM MORANDO COM OS PAIS E AS RELAÇÕES SEXUAIS SÃO MAL VISTAS.
• CADA UM SABE, PORÉM, QUE ESTÁ TOTALMENTE LIGADO AO OUTRO.
• A SEPARAÇÃO SÓ É ACEITA ATRAVÉS DO BILHETE DE REPÚDIO, COM TODAS AS SUAS CONSEQUÊNCIAS.
• O NOIVO JÁ PODE FAZER O DOTE RENDER.
• A NOIVA DEVE ESPERAR NA SUA CASA, MANTENDO BOA CONDUTA – PROVA DE FIDELIDADE.
• O NOIVADO DURA EM MÉDIA UM ANO.ESTE TEMPO É NECESSÁRIO PARA QUE A MOÇA SE TORNE UMA MULHER – NORMALMENTE DEVIA-SE ESPERAR ATÉ A 4A MENSTRUAÇÃO.
• O MATRIMÔNIO ERA UM DIA DE GRANDE FESTA
• NÃO HAVIA UMA CERIMÔNIA ESPECIAL, MAS APENAS UMA BENÇÃO PROFERIDA PELO PAI DA NOIVA.
• A ESPOSA PASSA DA SUBMISSÃO TOTAL AO PAI A SUBMISSÃO TOTAL AO MARIDO
  
  FIM.
  
  CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS: EVANGELHOS SINÓTICOS – AUTORES, DESTINATÁRIOS E MENSAGEM.

A PALESTINA DO SÉCULO I – PARTE 1

Aula ensinada pelo pr.Nivton no dia 25/01/09

• Economia judaica
  
  AGRICULTURA

TRIGO

• BASE DA ALIMENTAÇÃO
• CULTIVADO UM POUCO EM TODA PARTE
• O PRINCIPAL PRODUTOR É A GALILÉIA, QUE ABASTECE A JUDÉIA E JERUSALÉM EM TEMPOS DE FESTA.

CEVADA

• SEGUNDA CULTURA
• NA FALTA DO TRIGO, PODE SUBSTITUI-LO.
• NORMALMENTE, É A FARINHA DOS MAIS POBRES.
• É USADO PARA FAZER RAÇÃO PARA O GADO E PARA AS AVES

PECUÁRIA

• O TEMPLO É O PRIMEIRO CONSUMIDOR DE CARNE, SEGUIDO DE LONGE PELAS CAMADAS MAIS ABASTADAS DA POPULAÇÃO
• OS MAIS POBRES SÓ COMEM CARNE NA PÁSCOA, POR OCASIÃO DOS SACRIFÍCIOS DE COMUNHÃO
• O GADO E AS AVES SÃO USADAS PARA OS SACRIFÍCIOS NO TEMPLO

INDÚSTRIA

PESCA

• TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL NA ALIMENTAÇÃO DO DIA-A-DIA
• É INTENSA NA COSTA MEDITERRÂNEA DO JORDÃO E NO LAGO DE TIBERÍADES
• HÁ IMPORTANTES ESTABELECIMENTOS DE PREPARO E CONSERVA
• O PEIXE SALGADO OU DEFUMADO É DEPOIS COMERCIALIZADO EM TODO O PAÍS
  

CONSTRUÇÃO

• A AMPLIAÇÃO DO TEMPLO, SEU ARRANJO E EMBELEZAMENTO DURAM DE 20 a.C. a 64 d.C.
• O TÉRMINO DA CONSTRUÇÃO DEIXARIA 18 MIL DESEMPREGADOS. PARA EVITAR ISSO, OS OPERÁRIOS FORAM EMPREGADOS NO CALÇAMENTO DAS RUAS DE JERUSALÉM.

FIAÇÃO E TECELAGEM

• OCUPAM MÃO DE OBRA FEMININA, NA MAIOR PARTE
• OS HOMENS TECELÕES SÃO DESPREZADOS
• A JUDÉIA TRABALHA SOBRETUDO COM A LÃ
• PRODUZ-SE TAPETES, COBERTORES E OUTROS SUFICIENTES PARA SEREM COMERCIALIZADOS INTERNAMENTE E TAMBÉM EXPORTADOS PARA ROMA.

COURO

• ALIMENTADA PRINCIPALMENTE PELAS PELES DAS VÍTIMAS OFERECIDAS NO TEMPLO.
• SÃO 18.000 CORDEIROS SÓ PARA O RITO PASCAL, DEZENAS DE MILHARES DE SACRIFÍCIOS DE COMUNHÃO EM CADA FESTA MAIS OS SACRIFÍCIOS DE EXPIAÇÃO PARTICULARES, QUE SÃO CENTENAS POR DIA.
• A PELE DOS ANIMAIS ABATIDOS PARA O AÇOUGUE TAMBÉM É UTILIZADA.
• AS PELES TAMBÉM SÃO EXPORTADAS.

CERÂMICA

• SEMPRE TEVE IMPORTÂNCIA NA PRODUÇÃO DE VASILHAMES PARA GUARDAR ALIMENTOS OU OBJETOS PRECIOSOS, COMO OS ROLOS DE QUMRAM.
• DUAS CIDADES GALILÉIAS TÊM O MONOPÓLIO DA CERÂMICA IMPERMEÁVEL AO AR, IDEAL PARA ARMAZENAR ÓLEO.

BETUME

• SUBSTÂNCIA VISCOSA E COLANTE QUE EM CERTA ÉPOCA DO ANO BÓIA SOBRE AS ÁGUAS DE UM LAGO DA JUDÉIA, CHAMADO ASFÁLTICO. É CUIDADOSAMENTE RECOLHIDO E EXPORTADO, SOBRETUDO, PARA O EGITO. É UTILIZADO PARA A CALAFETAGEM DOS NAVIOS E TAMBÉM COMO REMÉDIO. ENTRA NA COMPOSIÇÃO DE MUITOS PRODUTOS FARMACÊUTICOS. (SEGUNDO FLÁVIO JOSEFO)

ARTESANATO

• JERUSALÉM CONCENTRAVA O ARTESANATO DE LUXO, QUE PRODUZIA ARTIGOS PARA O TEMPLO E QUE ERAM COMERCIALIZADOS PARA OS PEREGRINOS, COMO LEMBRANÇAS DA CIDADE SANTA

OUTROS OFÍCIOS COMUNS EM JERUSALÉM:

• PADEIROS, CARREGADORES DE ÁGUA, BARBEIROS, E ATÉ UM SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA, DEDICADO À MANUTENÇÃO DA PUREZA NAS REDONDEZAS DO TEMPLO.

COMÉRCIO

• O COMÉRCIO É SOBRETUDO CENTRADO NO TEMPLO, QUE TEM GRANDES NECESSIDADES E RECURSOS AINDA MAIORES, GRAÇAS À DIDRÁCMA, O IMPOSTO COBRADO DE TODOS OS JUDEUS.

COMÉRCIO INTERNO

• O COMÉRCIO PARTICULAR É MUITO REDUZIDO. NO INTERIOR DAS ALDEIAS PREFERE-SE A TROCA, POIS EVITA DESLOCAMENTOS E AS TAXAS DECORRENTES DESTE.
• TODOS OS EXCEDENTES DE PRODUÇÃO SÃO ENVIADOS PARA JERUSALÉM, CUJA POPULAÇÃO GIRA EM TORNO DOS 50 MIL HABITANTES EM TEMPOS COMUNS, MAS CHEGA A 180 MIL NAS ÉPOCAS DAS GRANDES PEREGRINAÇÕES.
• AS MERCADORIAS SÃO TRANSPORTADAS EM ANIMAIS DE CARGA.
• EM TRAJETOS MAIORES, PREFEREM-SE OS CAMELOS, POIS POSSUEM MAIOR CARGA ÚTIL.
• EM GERAL, AS VIAGENS SÃO FEITAS EM CARAVANAS, PARA AUMENTAR A SEGURANÇA.
• COMÉRCIO EXTERNO
• É O MAIS CONHECIDO;

TODAS AS IMPORTAÇÕES SE REFEREM A PRODUTOS DE LUXO,COMO:

• CEDRO DO LÍBANO – PALÁCIO E TEMPLO;
• INCENSO, AROMAS, PEDRAS PRECIOSAS, OURO, FERRO E COBRE DA ARÁBIA – TEMPLO;
• TECIDOS DA ÍNDIA OU DA BABILÔNIA PARA AS VESTES DO SUMO-SACERDOTE E DA ARISTOCRACIA CIVIL E RELIGIOSA.
• BRONZE E MÁRMORE DE CORINTO, PARA CONSTRUÇÃO DE PARTES DO TEMPLO E DE PALÁCIOS

AS EXPORTAÇÕES SE REFEREM A ALIMENTOS, FRUTAS, ÓLEO, VINHO, PEIXE OU PRODUTOS INDUSTRIAIS CORRENTES COMO PELES, TECIDOS E BETUME.

• OS PERFUMES PARECEM TER SIDO A ÚNICA PRODUÇÃO DE LUXO A SER EXPORTADA.
• ESSE COMÉRCIO ESTÁ NAS MÃOS DE GRANDES NEGOCIANTES DE VÁRIAS NACIONALIDADES, QUE TÊM ESCRITÓRIOS E DEPÓSITOS EM TODO O IMPÉRIO.
• ENTRE ELES HÁ ALGUNS JUDEUS QUE FAZEM QUESTÃO DE SE INSTALAREM PRÓXIMOS AO TEMPLO, DA CORTE E DE SEUS PRAZERES, QUANDO ESTÃO NA VELHICE.
• OS NEGOCIANTES SÃO COMO VERDADEIROS BANQUEIROS, QUE SE TORNAM CREDORES E EXPLORAM DOS MAIS POBRES. É COMUM COMPRAREM PLANTAÇÕES AINDA VERDES DE UM CAMPONÊS ENDIVIDADO, POR EXEMPLO, PARA LUCRAREM POSTERIORMENTE.

Introdução ao contexto e personagens do Novo Testamento

*Aula ensinada pelo pr.Nivton no dia 18/01

O povo judeu

A religião judaica contemporânea a Jesus havia se tornado uma religião sectária, principalmente devido aos acontecimentos do exílio. Todas as seitas judaicas tinham respostas distintas para suas principais perguntas:

· Quem era um verdadeiro judeu?
· O que é que Deus exige do seu povo?
· Qual o destino de Israel?

Essas questões foram levantadas pelo paradoxo da realidade dos judeus no exílio: antes desse, judeu era qualquer nascido da descendência dos patriarcas; Deus queria que o povo cumprisse a Lei e sacrificasse a Ele no Templo; e o destino do povo era uma vida próspera na terra a qual Javé prometera à Abraão e sua descendência e à Israel e sua descendência. Porém, estando o povo sem o Templo, sem terra e disperso, como responder à essas perguntas?

Os efeitos do exílio sobre Israel não foram poucos. Os judeus da diáspora (nome dados aos judeus dispersos)foram tentados a comer alimentos impuros (Dn 1.5-8), quebrar leis cerimoniais e adorar ídolos (Dn 3.4-7). Enquanto alguns judeus exilados adotavam as práticas pagãs, outros queriam conservar a fé dos seus antepassados. Essas opções ajudaram a faccionar os judeus após o exílio. Enquanto alguns achavam que no retorno à Jerusalém Israel deveria afrouxar algumas exigências da Lei, outros como Esdras (Ed 9-10) queriam que eles voltassem à fé pura, renunciando as práticas pagãs.

Devido ao envolvimento com as crenças de outras nações, os judeus começaram a reinterpretar os ensinos tradicionais à luz dessas crenças, envolvendo-se pouco a pouco e cada vez mais com o ocultismo e a astrologia. Essa mentalidade e essa fé mesclada do judaísmo com o paganismo pode ser vista nos escritos deuterocanônicos, como no livro de Tobias. Nele, o autor promove a astrologia e o zoroastrismo, oriundos da Pérsia. Sua história atesta a vitória de Javé contra os demônios pagãos, mas reconhece o poder desses demônios. Também trata Deus como uma força por trás dos eventos da vida, ao invés de um Deus pessoal presente no cotidiano do povo.

Caso a fé judaica continuasse caminhando nesse rumo, logo a Tora seria esquecida, e o povo seria incapaz de permanecer sem ela. Numa reação à tanto paganismo, as sinagogas ganharam força e passaram a ser uma instituição religiosa formal. Foi criado o cargo de rabi, mestres versados na Torá que se encarregavam de ensinar à comunidade da sinagoga com o intuito de preservar a fé judaica tradicional.

Cada rabi congregava em torno de si um número de pessoas e podia expor à eles seu próprio modo de ver a Torá. Caso o rabi ou a comunidade rabínica não concordassem com as decisões do sinédrio ou com as práticas no Templo, isso podia ser discutido na sinagoga. Em cada escola rabínica havia tanto fariseus como saduceus e essênios, as principais facções do judaísmo neste tempo. Além de pessoas com as mais diversas idéias sobre as questões religiosas e políticas, mesmo se enquadrando em alguma dessas facções.

As características principais de cada seita judaica neste período são:

Fariseus – especialistas da Lei:
· Mestres da interpretação das tradições orais dos rabis;
· Classe formada por artífices e mercadores da classe média (ex. de Paulo);
· Muitas vezes e em muitas situações mais ouvidos pelos camponeses do que as próprias autoridades do palácio ou do Templo;
· Devido à aprovação popular, muitos ocupavam cargos no governo;
· Ensinavam que os mortos seriam ressuscitados, os justos recompensados e os ímpios castigados eternamente.

Saduceus – Guardiães da Torá:
· Seita que não respeitava a tradição rabínica, aceitando somente a Lei mosaica;
· Não se davam com os fariseus, e eram contra Jesus por concordar com eles (Mt 22.23-32);
· Negavam a ressurreição do corpo e a existência de anjos;
· Ressaltavam o culto sacrificial no Templo e consideravam que Deus não tinha interesse nas atividades dos homens, por isso rejeitavam a providência divina.
· Epicuristas, ensinavam que a alma morre com o corpo e que cada indivíduo é senhor do próprio destino.

Essênios – radicais justos:
· A palavra “essênio” deriva de outra palavra hebraica que significa santo, pio.;
· Os outros judeus os tratavam por esse nome, mas eles mesmos não se viam como tal;
· Grupo com mentalidade tendente à mística, que se considerava detentor de misteriosas verdades acerca da vinda do Messias, que muito esperavam.
· Comportavam-se com características monásticas, evitando o casamento e sendo ascetas, acreditavam nos bens comunitários, guardavam rigorosamente os sábados (mais do que os fariseus), rejeitavam a “corrompida” adoração no templo, pregavam o constante estudo do Antigo Testamento e tinham orientação fortemente escatológica.
· Possivelmente tiveram contato com João Batista e provavelmente fossem simpatizantes de Jesus.

Zelotes
· Fanáticos pela fé judaica e pela Torá;
· Rejeitavam por completo o domínio romano sobre a Palestina e não admitiam paz com os romanos idólatras;
· Negavam-se a pagar impostos e aterrorizavam os oponentes políticos e os dominadores romanos;
· Um grupo de zelotes extremistas é visto em At 21.38 como “terrorista”, eram chamados de Sicários. Estavam no controle da revolta que ocasionou a destruição de Jerusalém.

Herodianos
· Apoiavam Herodes e sua dinastia, eram fortes oponentes de Jesus;
· Aceitavam o processo de helenização e o domínio estrangeiro;
· Provavelmente eram ricos e tinham grande influência política.