Jesus Freak

domingo, 25 de outubro de 2009

I e II Pedro

Aula ministrada por Dani Nogueira no dia 26 de setembro de 2009


I Pedro

Autor:

A autoria dessa carta é normalmente atribuída ao próprio apóstolo Pedro, líder da igreja primitiva, e dos 12 apóstolos. Isso porque a carta lembra muito seu discurso em Atos e porque os feitos de Jesus são mostrados segundo papel especial que Pedro exerceu ou em que ele tinha interesse especial.


Data:

63-64d.C.


Tema:


A salvação e a conduta dos crentes que sofrem.


Para quem?


Provavelmente para as Igrejas da Ásia Menor, as quais foram fundadas por Paulo, composta por muitos gentios. A primeira carta de Pedro é muito semelhante à de Efésios.


De onde?


Babilônia. Duas correntes de estudiosos afirmam diferentes coisas. Uma corrente acredita que a “Babilônia” nesse caso, se refira exatamente à Babilônia, onde fica o atual Iraque. Outros dizem que “Babilônia” se refira a um termo genérico, utilizando a estratégia do codinome devido à perseguição. Nesse caso, estaria se referindo à Roma, que é a hipótese mais provável, devido à pequena extensão da Babilônia verdadeira, que estava praticamente deserta. Roma era a capital mundial da idolatria.


Ocasião:

Perseguição aos cristãos promovida por Nero em 64d.C., que era muito intensa em Roma e seus arredores. A Igreja era nova, com aproximadamente 35 anos, mas já passava por uma prova de fogo – literalmente. Muitos cristãos eram queimados vivos. Essa perseguição ocorreu provavelmente após o martírio de Paulo. Apesar da perseguição política existir, era muito mais comum uma perseguição social. Acusações caluniosas, ostracismo social, levantes populares e ações policiais locais eram as ações mais evidentes da sociedade. A maioria dos cristãos eram de classes inferiores, devido à recente modernização do império, e conseqüente surgimento da divisão de classes. Os cristãos que eram de classes mais altas eram acusados de estarem se rebaixando, de ficarem ouvindo calúnias.


Sumário:

Introdução (1:1-2)

I – Louvor pela herança celeste dos cristãos perseguidos (1:3-12).

II – Exortação quanto à santidade pessoal (1:13-21).

III – Exortação quanto ao amor mútuo (1:22-25).

IV – A obra salvífica de Deus e o obrar do homem (2:1-10).

V – Exortação quanto à conduta cristã, numa sociedade não cristã (2:11-4:11).

VI – Exortação à humildade no seio da Igreja e à resistência ante a perseguição (4:12-19).


Conclusão (5:12-14)

Pontos importantes:

  • As advertências evidentes nessa carta quanto à conduta cristã era um alerta: os cristãos deveriam ser perseguidos por seguirem a Cristo, e não por apresentarem uma má conduta.
  • O apelo à santidade se refere à libertação cristã do pecado. Nós pecamos, mas não vivemos no pecado.
  • Os cristãos devem amar uns aos outros por serem da mesma família e para darem exemplo de vida aos não cristãos.
  • Batismo – não é a água que remove o pecado, mas a atitude de arrependimento do cristão que se batiza.
  • Os cristãos deveriam suportar e não se assustar com o sofrimento, porque Cristo também sofreu antes de ser glorificado.

II Pedro


Autor:

A carta de II Pedro é muito controversa. Demorada a ser aceita no cânon bíblico e chamada de carta de segunda classe por Lutero, rejeitada por Erasmo e com certa hesitação por Calvino, a carta foi aceita no cânon como sendo da autoria do apóstolo Pedro. Os que questionam essa hipótese afirmam que ela teria sido escrita por alguém 100 anos após a morte do apóstolo, um discípulo de Pedro, que teria usado seu nome para honrar o mestre. Segundo eles, a carta teria um estilo muito diferente da primeira e citava escritos de Paulo, o que não seria possível se tivesse sido escrito por Pedro, já que eles eram contemporâneos. Em defesa da autoria de Pedro alguns estudiosos afirmam que esse estilo diferente poderia ser devido ao contexto diferente da carta, e a um pensamento diferente sobre o assunto. As citações de Paulo se deveria ao fato dos dois serem amigos, e provavelmente terem acesso ao que um e outro escreviam.


Data:

67-68d.C (provavelmente, um pouco antes do martírio de Pedro)


Tema:

A apostasia, os falsos mestres


Para quem?

Mesmo aqueles que contradizem a autoria de Pedro concordam que a carta era dirigida às igrejas da Ásia Menor, bem como a primeira carta do apóstolo. A localização de onde foi escrita a carta, bem como a ocasião, é muito discutida, mas não há um consenso sobre isso.


Sumário:

Introdução (1:1-2).

I – O verdadeiro conhecimento da fé cristã (1-3-21).

II – Falsos mestres (2:1-22).

III – A volta de Cristo e a dissolução final (3:1-18).


Pontos importantes:

  • A semelhança da carta de II Pedro e Judas é visível. As duas demoraram a ser parte do cânon bíblico. Alguns afirmam que essa semelhança é devido ao fato de que foram escritas pela mesma pessoa. Aqueles que afirmam que a autoria de II Pedro é do próprio Pedro, afirmam que seriam diferentes pessoas, que ouviram as mesmas coisas. Os versículos de Judas que são extremamente semelhantes a II Pedro provavelmente devem-se ao fato de Judas ter se inspirado nela para escrever sua carta.
  • A primeira parte da carta se refere a um conhecimento moral e histórico. É um embasamento para a fé cristã.
  • A segunda parte da carta fala do futuro surgimento dos falsos mestres, o julgamento que eles terão e dos costumes imorais que eles apresentarão. O autor está prevenindo os leitores quanto ao que aconteceria no futuro. A carta de Judas fala dos falsos mestres no passado, o que endossa a teoria de que teriam sido escritos em épocas diferentes, por diferentes pessoas.
  • A demora da segunda vinda de Cristo é devida ao tempo que Deus está concedendo ao arrependimento humano. É um alerta para os cristãos quando as pessoas começarem a questionar essa demora. Deus está acima do tempo, por isso não podemos considerar a brevidade da segunda volta de Cristo sob a ótica humana. Os cristãos devem viver corretamente com os valores eternos, sabendo que Jesus irá retornar para buscar sua Igreja.


Tiago (Epístolas Católicas)

Aula ministrada por Alex (Carioca) no dia 19 de setembro de 2009

- Católico, cujo significado é geral, universal, veio a ser aplicado pela igreja primitiva as epístolas de Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 e 3 João e Judas.
- Não foram endereçadas a uma única localidade.
- É o menos doutrinário e o mais prática de todos os livros.
- Não devemos subestimar a carta. Ela apresenta cristianismo na prática.

O autor:

Tiago foi líder da igreja de Jerusalém (At. 15.12, 21.18, Gl 2.9-12)
No NT existem pelo quatro menos Tiagos:

Tiago filho de Zebedeu, irmão de João (MC 1.19)
Tiago filho de Alfeu, também um dos doze, referido como Tiago, o menor (MC 15.40)
Tiago, pai de Judas Iscariotes (LC 6.16, AT 1.13)
Tiago, irmão do Senhor (GL 1.19)

Destinatários: Judeus Cristãos

- Ás doze tribos dispersas. Se Tiago era cristão, porque o termo ás doze tribos? Esse termo pode ter sido usado metaforicamente para a igreja gentílica espalhada pelo império romano.

Data: Inderteminada

- Josefo data o matírio de Tiago em 62 d.C, então sua epístola foi escrita antes.
- Alguns falam que em 45 - 50 d.C, sendo assim, considerada o primeiro livro do NT. Antes do concílio de Jerusalém em 49 d.C.

Relação com o ensino de Jesus:

Contêm numerosas alusões á afirmações de Jesus
Tiago 1.22 = Mateus 7.24-27 e Lucas 6.47-49

Estrutura literária:

Compartilha do estilo de Provérbios ou/de Eclesiastes.
Exortações práticas.

As obras e a fé.

- Demonstração da genuinidade da fé mediante as obras produzidas pela fé (Tg 2.14-26)
- Justificação pelas obras como evidência externa da fé.
- Não contradiz Paulo.
- Alguns acham que Tiago escreveu no fim da sua vida para corrigir Paulo.

Controlando a língua

- Produção das qualidades da sabedoria genuína.
- O controle da língua, isto é, do linguajar: a mansidão que evita inclinação para a desavença, e a pureza que evita o mundanismo (Tg 3.1-4-10)

Ungindo os enfermos

- "Que os anciões orem confiadamente, pela cura dos enfermos, ungindo com o óleo em nome do Senhor."
- O azeite de oliveira era um remédio comum.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A PESSOA DE CRISTO NA EPÍSTOLA DE HEBREUS

Aula ministrada por Egleidson (vulgo jesus) no dia 12 de setembro de 2009

Quem é Ele:
(Hb 1:1-4) - Jesus é a Palavra exata, que o Pai transmite desde o tempo dos Profetas.
Ele é Um com o Pai, partilham do mesmo Ser divino. É o Criador e sustentador do Universo. E
Aquele que Purifica.

(Hb 2:5-18) – Por um tempo, Ele foi feito menor que os anjos, foi por causa do sofrimento da
morte, coroado de glória e honra. Ele é o Autor da nossa Salvação. Ele é nosso irmão. Ele assume a descendência(ou socorre) de Abraão.

(Hb 4:14-16) – Ele é sumo sacerdote, capaz de se compadecer das nossas fraquezas. Ele não tem
pecado.

(Hb 5:7-10) - Ele é Filho, e aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu.

(Hb 7:20-28) – Ele pode salvar totalmente. Sumo sacerdote, sem mácula, inculpável, santo,
separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus. Ele é perfeito para Sempre.

(Hb 12:1-3) – Ele é o Autor e Consumador da Fé, Ele está assentado à destra do trono de Deus.
O autor de Hebreus, também deixa claro, que Cristo é humanamente perfeito, com isso quero dizer, que Ele é totalmente Homem, ou seja, Ele não é um Deus tentando ser humano, mas um perfeito Homem. Essa posição de Cristo, como homem é fundamental para que a nossa Salvação pudesse ocorrer. Em outras palavras Cristo foi grande o suficiente para ocupar o lugar mais inferior, afim de Salvar.

Podemos dizer também que Cristo cumpre fielmente dois papéis o de representar Deus aos homens e os homens a Deus.

A Superiodade de Cristo:

Ele é Superior aos Anjos:
– Ele herdou mais excelente nome do que eles. (Hb 1:4)
– Ele é Filho.
– Os anjos o adoram.
– Os anjos ministros, servos.
– Ele é Rei, Criador.
– Nenhum anjo jamais se assentou a direita de Deus.

Por mais importante que os anjos sejam, eles são inferiores ao Filho de Deus.

Ele é Superior a Moisés:
A comparação com Moisés vem após a dos anjos, isso pode parece estranho, mas para os judeus
Moisés também era superior aos anjos, pois foi através deste que Deus transmitiu a Lei aos homens e isso, foi considerado o maior feito de toda a história da Terra.

– Maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu.
– Moisés foi fiel como servo, Cristo como Filho em sua casa.

Ele é Superior ao sacerdócio da Antiga Aliança:
– Sacrifício que Ele ofereceu era perfeito e foi feito somente uma vez.
– Ele é sacerdote, segundo outra ordem.
– Seu sacerdócio é sem fim.
– Ele não precisou oferecer sacrifício por si mesmo, pois era perfeito.
– Ele não exerce seu ofício num santuário terreno, mas no Verdadeiro santuário, do qual o
terreno é apenas uma sombra.

Ele é Superior ao sistema sacrificial da Antiga Aliança:
– Sangue de animais, não é capaz de tornar perfeitos os ofertantes.
– É impossível que o sangue de touros e bodes removam pecados.
– O sangue de Cristo purifica totalmente, perdoa e remove pecados.
– O sangue de Cristo, nos permite entrar no Santo dos Santos.

Cristo e Melquisedeque:
– Só existem 3 menções sobre Melquisedeque em toda a Bíblia.
– Melek(Rei) Zedek(Justiça).
– Rei de Paz.
– Melquisedeque foi feito a semelhança do Filho de Deus.
– Não possui genealogia, não há menção do seu nascimento, nem de sua morte.
– Abençoou a Abraão
– Ambos são sacerdotes perpetuamente.
– Ambos são sacerdotes, acima dos levíticos.
– Ambos são Reis e Sacerdotes.
– Maiores que Abraão e os Patriarcas.
– Cristo é sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque(Sacerdócio sob
Juramento).
– Ele é constituído sacerdote, segundo o poder de vida indissolúvel.
Os fatos sobre Melquisedeque, servem para apontar a Pessoa de Cristo. Não podemos achar que o sacerdócio de Melquisedeque era um padrão ao qual Cristo se moldou, é exatamente o oposto.
A bíblia não nos diz a genealogia de Melquisedeque, mas temos toda a Genealogia de Cristo,
traçada desde Adão. Porque?

Hebreus traz um Cristologia muito rica, alguns aspectos da obra de Cristo só são vistos aqui. Além do mais, nenhum outro autor do Novo Testamento, traz uma análise tão profunda do sistema levítico comparado a obra redentora de Cristo. Por isso considero Hebreus um dos livros mais bonitos e importantes da Bíblia.